Já fazem alguns dias que entregamos a documentação de solicitação da cirurgia e até hoje não recebemos o retorno com a marcação.
Quando mais dias passam maior a apreensão da família e cobram se já sabemos como será e é difícil dizer que estamos aguardando, porque aguardar parece significar que nada está acontecendo e é nesse meio tempo que precisamos fazer como Lenine:
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não... a vida não para)
Colocar vídeo aqui
Te quero, Vida!
quinta-feira, 5 de maio de 2016
quinta-feira, 28 de abril de 2016
A vida é uma viagem!
A palavra viagem lembra muitas coisas
a gíria viagem
a vida é uma onda
viagem que quem chega quem sai
todos os dias é um vai e vem e a vida se repete na estação
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Décimo nono dia
Ficamos alguns dias sem querer pensar, ou vendo que não é possível pensar sempre sobre uma coisa só, a vida pede outras inspirações.
Depois de deixar os documentos para encaminhamento da cirurgia acabei automaticamente, deixando um pouco nas mãos da equipe e aguardando o contato.
Nesses dias revisitei outros pensamentos e hoje resolvi
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Um by by à minha primeira glândula endócrina
Desde a escola, estudamos a tireoide e sua importância, nas aulas de ciências e biologia, mas não é algo que faz parte do nosso dia a dia pensar sobre suas funções.
"O que os hormônios T3 ou o T4 mexeram comigo hoje?"
Essa não é uma pergunta rotineira nas nossas vidas, mas quando estamos as vésperas de realizar uma cirurgia que fará com que a produção natural desses tais T3 e T4 deixe de ser feita pelo corpo, começamos a pensar um pouco em consequências...
Para ver o artigo completo, é só acessar este link. Boa Leitura!
quinta-feira, 31 de março de 2016
Outro olhar sobre a tireóide
Dentro das leituras que fiz sobre a tireoide, suas funções, desfunções, tratamentos e representações encontrei uma outra vertente, ligada à psicossomatização das emoções, através da Cristina Cairo, que se dedicou a estudar a programação neurolinguística e a correlação corpo/mente, e escreveu sobre a linguagem do corpo e como algumas emoções negativas causam distúrbios orgânicos.
***
Segundo esse estudo, problemas na tireoide significam que a
pessoa chegou a um estado psicológico em que é capaz de acreditar
conscientemente em sua inferioridade, sente-se humilhada por tudo e perdeu a
capacidade de manter o otimismo. Acredita que nunca terá a felicidade que
almeja e que não poderá, jamais, fazer o que gosta e o que precisa.
Por isso é preciso que crie, em sua
mente, a possibilidade de você estar fazendo aquilo que mais gosta. Tenha em
seu peito a sensação de estar se realizando plenamente. Seja imaginativo e faça
brotar em seu coração as sensações que mais deseja.
Isso é fato: não
tenha medo de imaginar, pois ninguém pode ”tirar-lhe” os pensamentos e pessoas
normais não podem ler os seus segredos. Mesmo que os leiam, não podem
interferir nos seus desejos. Saiba que somos
livres desde que nascemos e que, com o passar do tempo, nós mesmos tolhemos
nossos potenciais por falta de habilidade de viver.
Comece já a ter
fisionomia alegre e positiva. Dificilmente a sua cura cairá do céu, sem que
você tenha que se empenhar em um esforço mental positivo. Ajude a natureza para
que ela o ajude a equilibrar suas emoções e, consequentemente, a sua tireoide.
Vá fundo ao seu
interior e você verá que todas as doenças são causadas pelo impulso nervoso do
cérebro que manda constantemente agentes químicos para a
realização de tarefas no organismo. Se nosso cérebro estiver recebendo
interferências negativas do subconsciente, ele ordenará ao seu exército que
contra-ataque para nos defender.
Experimente
a nova sensação de viver livre de suas próprias cobranças. Experimente a
satisfação de poder dizer o que gosta e sente e tente eliminar, completamente,
a raiz do ”tem de ser assim”. Nada ”tem de ser assim”. Deixe apenas que as
coisas fluam naturalmente e faça sempre o que seu coração mandar. Respeite-se
acima de tudo!
***
Esse olhar diferente do que comumente nos é apresentado não exclui a eficiência e seriedade do acompanhamento médico, mas colabora com a nossa reflexão pessoal sobre nosso corpo e nossas atitudes com relação à nossa própria vida.
É importante termos claro que "expressar nossos sentimentos, afetos e desafetos de forma genuína e ponderada é um gesto de amor por nós mesmos. Quando a gente fala o que sente, damos a chance ao outro de modificar, de nos entender e entender as nossas dores". É a nossa fala que leva a outra pessoa a a ouvir e também poder falar do que sente.
Esse texto foi baseado na obra Linguagem do corpo vol.I
quinta-feira, 17 de março de 2016
Décimo dia
Consegui agendar a consulta para hoje, e desde aquele dia, já estava ansiosa sobre o que iria ouvir, mas quando "hoje" chegou e pela manhã acordei, estava lá, eu, bem mais tranquila e paciente.
Ainda antes de levantar, fizemos planos para o futuro, coisas nos mínimos detalhes e no coração aquela certeza de que será breve!
Fomos mais uma vez, juntos. Depois de sair mais cedo para tentar alcançar um sonho, meu companheiro querido retornou para ir comigo, ele sempre faz questão de estar e ser presença. Foi importante ser assim, respeitamos nossos tempos individuais e a importância de estarmos juntos.
O ônibus passou antes do horário normal e o outro atrasou, mas enfim conseguimos seguir em direção à consulta, quando já perto, o ônibus entrou em outra rua e tivemos que descer às pressas para pegar outro, mais uma emoção para a lista e o restante do trajeto parecia ser uma viagem à lua, não chegava e a agonia do horário, da situação enfim chegamos.
O ambiente estava com agradável temperatura e silencioso, Silencio que era por alguns instantes quebrado com os nomes das pessoas que eram chamadas ao atendimento.
Eu estava tentando me ocupar com o celular e Ele observava cada chamada, cada pessoa que chegava e ia embora até que ouvimos meu nome, consultório 03! Aí vamos nós!! Coração deu uma aceleradinha, não minto...
Quando abrimos a porta, lá estava ele, um jovem senhor, muito educado e com um sorriso no rosto.
O ambiente estava com agradável temperatura e silencioso, Silencio que era por alguns instantes quebrado com os nomes das pessoas que eram chamadas ao atendimento.
Eu estava tentando me ocupar com o celular e Ele observava cada chamada, cada pessoa que chegava e ia embora até que ouvimos meu nome, consultório 03! Aí vamos nós!! Coração deu uma aceleradinha, não minto...
Quando abrimos a porta, lá estava ele, um jovem senhor, muito educado e com um sorriso no rosto.
quinta-feira, 10 de março de 2016
O silêncio e a vida... E a morte!
Nesses dias, me lembrei de uma certa vez, quando uma amiga me emprestou um livro que falava sobre sonhos coletivos... E dentre aquelas paginas, algumas me chamaram especialmente a atenção: Falavam sobre a morte e em como o seu silêncio era capaz de nos reconduzir a uma nova vida. Conto um pouco mais...
***
A história é de Gabriel Garcia Marquez: "A aldeia que nunca mais foi a mesma"
Aldeia de pescadores, perdida num sem fim de mundo, rodando com as voltas sempre iguais das rotinas do cotidiano, a banalidade dos mesmos rostos em suas máscaras de espumas, a mesma fala, sons ocos vazios, um sentimento de sem-saída. todos condenados ao mesmo inevitável grotesco-banal... Até que, numa manhã igual, um menino viu coisa diferente no mar e gritou, e todos vieram à praia, qualquer novidade serve, e esperaram que o mar, no seu sem-pressa pusesse a coisa sobre a areia. E o desapontamento foi grande. Homem morto, afogado, desconhecido. E o costume era que as mulheres preparassem os mortos para a sepultura. Assim o levaram para uma das casas, as mulheres de dentro, os homens de fora. E o silêncio era grande. Que é que se pode falar sobre um morto desconhecido? Até que uma das mulheres, leve tremor no canto da boca, comentou:
- É, se ele tivesse vivido entre nós, teria tido sempre de abaixar a cabeça ao entrar em nossas casas; é alto demais...
Com o que todas concordaram discretamente, para mergulhar de novo no silêncio da morte. Mas a vida se intrometeu de novo, e uma outra rompeu o silêncio:
- Penso em como teria sido a sua voz. como as ondas? Como a brisa? teria sabido dizer aquela palavra que faz com que uma mulher apanhe uma flor e a ponha no cabelo?
E em todas as bocas houve um suave sorriso, de novo dissolvido no silêncio. Até que uma outra teve que falar:
- Penso nestas mãos...Terão conduzido navios? Plantado árvores? Construído casas? Quem sabe elas sabiam amar, acariciar, abraçar...
E todas riram um riso que não mais acabava, e o velório virou festa, enquanto aves selvagens, chamadas pelo morto do sono-esquecimento em que se encontrava, começaram a bater asas, e os corpos em que moravam voltaram à vida, e nos seus olhos apareceu o brilho da alegria que todos pensavam sepultada. E os maridos, de fora, tiveram ciúmes do morto, pois ele, no seu silêncio, fazia com elas o que eles não conseguiam fazer, com suas palavras. E pensaram que eles eram pequenos demais, e lamentaram as palavras de amor que não disseram, os mares que não navegaram, as mulheres que não abraçaram.
Finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.
***
E é mais ou menos assim que a "novidade" de um diagnóstico afeta como uma flecha veloz a rotina de pensamentos comuns pois silenciosamente atrai o pensamento da mortalidade.
E como dizia Rubem Alves:
"É ela, a morte, tem um poder mágico de interromper a cadeia sem fim das banalidades cotidianas - ela faz parar o mundo (...) E, quando isto a que damos o nome de "realidade" é interrompido, abre-se um espaço novo para aquilo que não existe: os desejos esquecidos, as esperanças abandonadas, as utopias que um dia iluminaram horizontes, os sonhos que nos fizeram sorrir"
Assim como aconteceu na Aldeia de Pescadores, meu corpo foi invadido pelas memórias de um amor esquecido que fez novamente brilhar uma luz, que traz em si, o desejo de viver os projetos inacabados que adormeceram nos sempre-apressados dias.
Esse texto foi baseado na leitura que foi publicado no jornal “Folha de São Paulo”, em 19/05/1984
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