Já fazem alguns dias que entregamos a documentação de solicitação da cirurgia e até hoje não recebemos o retorno com a marcação.
Quando mais dias passam maior a apreensão da família e cobram se já sabemos como será e é difícil dizer que estamos aguardando, porque aguardar parece significar que nada está acontecendo e é nesse meio tempo que precisamos fazer como Lenine:
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não... a vida não para)
Colocar vídeo aqui
quinta-feira, 5 de maio de 2016
quinta-feira, 28 de abril de 2016
A vida é uma viagem!
A palavra viagem lembra muitas coisas
a gíria viagem
a vida é uma onda
viagem que quem chega quem sai
todos os dias é um vai e vem e a vida se repete na estação
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Décimo nono dia
Ficamos alguns dias sem querer pensar, ou vendo que não é possível pensar sempre sobre uma coisa só, a vida pede outras inspirações.
Depois de deixar os documentos para encaminhamento da cirurgia acabei automaticamente, deixando um pouco nas mãos da equipe e aguardando o contato.
Nesses dias revisitei outros pensamentos e hoje resolvi
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Um by by à minha primeira glândula endócrina
Desde a escola, estudamos a tireoide e sua importância, nas aulas de ciências e biologia, mas não é algo que faz parte do nosso dia a dia pensar sobre suas funções.
"O que os hormônios T3 ou o T4 mexeram comigo hoje?"
Essa não é uma pergunta rotineira nas nossas vidas, mas quando estamos as vésperas de realizar uma cirurgia que fará com que a produção natural desses tais T3 e T4 deixe de ser feita pelo corpo, começamos a pensar um pouco em consequências...
Para ver o artigo completo, é só acessar este link. Boa Leitura!
quinta-feira, 31 de março de 2016
Outro olhar sobre a tireóide
Dentro das leituras que fiz sobre a tireoide, suas funções, desfunções, tratamentos e representações encontrei uma outra vertente, ligada à psicossomatização das emoções, através da Cristina Cairo, que se dedicou a estudar a programação neurolinguística e a correlação corpo/mente, e escreveu sobre a linguagem do corpo e como algumas emoções negativas causam distúrbios orgânicos.
***
Segundo esse estudo, problemas na tireoide significam que a
pessoa chegou a um estado psicológico em que é capaz de acreditar
conscientemente em sua inferioridade, sente-se humilhada por tudo e perdeu a
capacidade de manter o otimismo. Acredita que nunca terá a felicidade que
almeja e que não poderá, jamais, fazer o que gosta e o que precisa.
Por isso é preciso que crie, em sua
mente, a possibilidade de você estar fazendo aquilo que mais gosta. Tenha em
seu peito a sensação de estar se realizando plenamente. Seja imaginativo e faça
brotar em seu coração as sensações que mais deseja.
Isso é fato: não
tenha medo de imaginar, pois ninguém pode ”tirar-lhe” os pensamentos e pessoas
normais não podem ler os seus segredos. Mesmo que os leiam, não podem
interferir nos seus desejos. Saiba que somos
livres desde que nascemos e que, com o passar do tempo, nós mesmos tolhemos
nossos potenciais por falta de habilidade de viver.
Comece já a ter
fisionomia alegre e positiva. Dificilmente a sua cura cairá do céu, sem que
você tenha que se empenhar em um esforço mental positivo. Ajude a natureza para
que ela o ajude a equilibrar suas emoções e, consequentemente, a sua tireoide.
Vá fundo ao seu
interior e você verá que todas as doenças são causadas pelo impulso nervoso do
cérebro que manda constantemente agentes químicos para a
realização de tarefas no organismo. Se nosso cérebro estiver recebendo
interferências negativas do subconsciente, ele ordenará ao seu exército que
contra-ataque para nos defender.
Experimente
a nova sensação de viver livre de suas próprias cobranças. Experimente a
satisfação de poder dizer o que gosta e sente e tente eliminar, completamente,
a raiz do ”tem de ser assim”. Nada ”tem de ser assim”. Deixe apenas que as
coisas fluam naturalmente e faça sempre o que seu coração mandar. Respeite-se
acima de tudo!
***
Esse olhar diferente do que comumente nos é apresentado não exclui a eficiência e seriedade do acompanhamento médico, mas colabora com a nossa reflexão pessoal sobre nosso corpo e nossas atitudes com relação à nossa própria vida.
É importante termos claro que "expressar nossos sentimentos, afetos e desafetos de forma genuína e ponderada é um gesto de amor por nós mesmos. Quando a gente fala o que sente, damos a chance ao outro de modificar, de nos entender e entender as nossas dores". É a nossa fala que leva a outra pessoa a a ouvir e também poder falar do que sente.
Esse texto foi baseado na obra Linguagem do corpo vol.I
quinta-feira, 17 de março de 2016
Décimo dia
Consegui agendar a consulta para hoje, e desde aquele dia, já estava ansiosa sobre o que iria ouvir, mas quando "hoje" chegou e pela manhã acordei, estava lá, eu, bem mais tranquila e paciente.
Ainda antes de levantar, fizemos planos para o futuro, coisas nos mínimos detalhes e no coração aquela certeza de que será breve!
Fomos mais uma vez, juntos. Depois de sair mais cedo para tentar alcançar um sonho, meu companheiro querido retornou para ir comigo, ele sempre faz questão de estar e ser presença. Foi importante ser assim, respeitamos nossos tempos individuais e a importância de estarmos juntos.
O ônibus passou antes do horário normal e o outro atrasou, mas enfim conseguimos seguir em direção à consulta, quando já perto, o ônibus entrou em outra rua e tivemos que descer às pressas para pegar outro, mais uma emoção para a lista e o restante do trajeto parecia ser uma viagem à lua, não chegava e a agonia do horário, da situação enfim chegamos.
O ambiente estava com agradável temperatura e silencioso, Silencio que era por alguns instantes quebrado com os nomes das pessoas que eram chamadas ao atendimento.
Eu estava tentando me ocupar com o celular e Ele observava cada chamada, cada pessoa que chegava e ia embora até que ouvimos meu nome, consultório 03! Aí vamos nós!! Coração deu uma aceleradinha, não minto...
Quando abrimos a porta, lá estava ele, um jovem senhor, muito educado e com um sorriso no rosto.
O ambiente estava com agradável temperatura e silencioso, Silencio que era por alguns instantes quebrado com os nomes das pessoas que eram chamadas ao atendimento.
Eu estava tentando me ocupar com o celular e Ele observava cada chamada, cada pessoa que chegava e ia embora até que ouvimos meu nome, consultório 03! Aí vamos nós!! Coração deu uma aceleradinha, não minto...
Quando abrimos a porta, lá estava ele, um jovem senhor, muito educado e com um sorriso no rosto.
quinta-feira, 10 de março de 2016
O silêncio e a vida... E a morte!
Nesses dias, me lembrei de uma certa vez, quando uma amiga me emprestou um livro que falava sobre sonhos coletivos... E dentre aquelas paginas, algumas me chamaram especialmente a atenção: Falavam sobre a morte e em como o seu silêncio era capaz de nos reconduzir a uma nova vida. Conto um pouco mais...
***
A história é de Gabriel Garcia Marquez: "A aldeia que nunca mais foi a mesma"
Aldeia de pescadores, perdida num sem fim de mundo, rodando com as voltas sempre iguais das rotinas do cotidiano, a banalidade dos mesmos rostos em suas máscaras de espumas, a mesma fala, sons ocos vazios, um sentimento de sem-saída. todos condenados ao mesmo inevitável grotesco-banal... Até que, numa manhã igual, um menino viu coisa diferente no mar e gritou, e todos vieram à praia, qualquer novidade serve, e esperaram que o mar, no seu sem-pressa pusesse a coisa sobre a areia. E o desapontamento foi grande. Homem morto, afogado, desconhecido. E o costume era que as mulheres preparassem os mortos para a sepultura. Assim o levaram para uma das casas, as mulheres de dentro, os homens de fora. E o silêncio era grande. Que é que se pode falar sobre um morto desconhecido? Até que uma das mulheres, leve tremor no canto da boca, comentou:
- É, se ele tivesse vivido entre nós, teria tido sempre de abaixar a cabeça ao entrar em nossas casas; é alto demais...
Com o que todas concordaram discretamente, para mergulhar de novo no silêncio da morte. Mas a vida se intrometeu de novo, e uma outra rompeu o silêncio:
- Penso em como teria sido a sua voz. como as ondas? Como a brisa? teria sabido dizer aquela palavra que faz com que uma mulher apanhe uma flor e a ponha no cabelo?
E em todas as bocas houve um suave sorriso, de novo dissolvido no silêncio. Até que uma outra teve que falar:
- Penso nestas mãos...Terão conduzido navios? Plantado árvores? Construído casas? Quem sabe elas sabiam amar, acariciar, abraçar...
E todas riram um riso que não mais acabava, e o velório virou festa, enquanto aves selvagens, chamadas pelo morto do sono-esquecimento em que se encontrava, começaram a bater asas, e os corpos em que moravam voltaram à vida, e nos seus olhos apareceu o brilho da alegria que todos pensavam sepultada. E os maridos, de fora, tiveram ciúmes do morto, pois ele, no seu silêncio, fazia com elas o que eles não conseguiam fazer, com suas palavras. E pensaram que eles eram pequenos demais, e lamentaram as palavras de amor que não disseram, os mares que não navegaram, as mulheres que não abraçaram.
Finalmente enterraram o morto. Mas a aldeia nunca mais foi a mesma.
***
E é mais ou menos assim que a "novidade" de um diagnóstico afeta como uma flecha veloz a rotina de pensamentos comuns pois silenciosamente atrai o pensamento da mortalidade.
E como dizia Rubem Alves:
"É ela, a morte, tem um poder mágico de interromper a cadeia sem fim das banalidades cotidianas - ela faz parar o mundo (...) E, quando isto a que damos o nome de "realidade" é interrompido, abre-se um espaço novo para aquilo que não existe: os desejos esquecidos, as esperanças abandonadas, as utopias que um dia iluminaram horizontes, os sonhos que nos fizeram sorrir"
Assim como aconteceu na Aldeia de Pescadores, meu corpo foi invadido pelas memórias de um amor esquecido que fez novamente brilhar uma luz, que traz em si, o desejo de viver os projetos inacabados que adormeceram nos sempre-apressados dias.
Esse texto foi baseado na leitura que foi publicado no jornal “Folha de São Paulo”, em 19/05/1984
quinta-feira, 3 de março de 2016
Exercício para a tireoide
Além do que é comumente conhecido, outros fatores podem provocar desequilíbrio na função da tireoide, como gravidez, inflamações, estresse mental, emocional ou físico e substâncias tóxicas. O primeiro passo para regular o funcionamento desta glândula é a alimentação, tendo muito cuidado com o sal comum, geralmente consumido em excesso. Além disso, há uma antiga prática oriental que regula os níveis de hormônio da tireoide de maneira simples e nós ensinaremos como fazer.
Tenha em mente que o método é necessário para o equilíbrio e acredite em sua eficácia. Tudo se baseia na abertura do fluxo de energia da glândula tireoide. São 5 etapas: 1º passo: esfregue a palma das mãos para aquecer e, em seguida, coloque a mão sobre a glândula tireoide por 10 minutos. 2º passo: engula a saliva que está em sua boca e tome três goles de água. 3º passo: expire e, quando fizer isso, incline a cabeça - aproximando o queixo do peito - e segure nessa posição por alguns segundos, sem respirar. Depois, você deve respirar fundo e levantar a cabeça para trás lentamente, o máximo possível - una o lábio inferior ao superior enquanto faz isso. Depois, volte para a posição inicial (aproximando o queixo do pescoço ao expirar), mantendo-se nesta posição por alguns segundos. 4º Passo: com o queixo em seu peito, incline lentamente a cabeça para o lado esquerdo e depois para o lado direito - sem "descolar" o queixo do peito. 5º passo: levante a cabeça e repita o procedimento cerca de 10 vezes, a partir do 3º passo. Pode apostar! Este é o melhor exercício que você pode fazer para ajudar a sua glândula tireoide.
Esse texto foi extraído de um site natural que está nesse link.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Sexto dia
Foi difícil descansar esta noite, mas não perdi a hora.
Em dias difíceis não é fácil conter as lágrimas, alguma coisa dói e não sabemos exatamente onde.
Depois do exame de hoje já consigo me sentir melhor para falar: com as pessoas, com a dor, comigo mesma, pedir ajuda, entender melhor tudo isso.
Então comecei a procurar aos poucos falar com as pessoas, expor algo sem muitos detalhes, procurar pessoas que já passaram pela mesma situação. E acredite, existe uma força muito boa nisso. Muito!!
Por mais que não exista uma relação próxima de amizade, muitas pessoas tem palavas afetuosas a oferecer e os exemplos de vida, demonstram novos horizontes.
É possível conversar com aquela tristeza encolhida no canto e começar a fazer desabrochar a novidade da "vida que segue".
Foi com o sentimento de esperança e paz que o dia foi terminando hoje e mais uma vez, só tenho a agradecer por mais um dia!
Em dias difíceis não é fácil conter as lágrimas, alguma coisa dói e não sabemos exatamente onde.
Depois do exame de hoje já consigo me sentir melhor para falar: com as pessoas, com a dor, comigo mesma, pedir ajuda, entender melhor tudo isso.
Então comecei a procurar aos poucos falar com as pessoas, expor algo sem muitos detalhes, procurar pessoas que já passaram pela mesma situação. E acredite, existe uma força muito boa nisso. Muito!!
Por mais que não exista uma relação próxima de amizade, muitas pessoas tem palavas afetuosas a oferecer e os exemplos de vida, demonstram novos horizontes.
É possível conversar com aquela tristeza encolhida no canto e começar a fazer desabrochar a novidade da "vida que segue".
Foi com o sentimento de esperança e paz que o dia foi terminando hoje e mais uma vez, só tenho a agradecer por mais um dia!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Terceiro dia
É uma oportunidade de conhecer melhor o que está acontecendo aqui!
Foi esse o primeiro pensamento esta manhã. Já consigo encarar as letras no pepel e procurar o que me faça entender tudo isso...
Me lembrando de cada palavra da médica que me atendeu, fui ponto a ponto procurando significados, elementos de compreensão que renovassem as forças para caminhar por esse vale desconhecido.
Comecei a pesquisar material realista e sério sobre a tireoide, suas funções, implicações da retirada...para tentar encarar com a mais centrada postura possível essa fase.
Foi hoje que encontrei vários dos artigos que vou aos poucos postando aqui.
Foi hoje o dia de fortalecer o desejo de otimismo e positividade e mais uma vez dizer:
Te quero, Vida!
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Nódulos na tireoide
Procurando entender melhor o que estava acontecendo aqui dentro, encontrei uma entrevista do Dr. Drauzio Varela. com o Prof. Dr. Orlando Parise (médico cirurgião, especialista em cabeça e pescoço, que atua no corpo técnico do Hospital Sírio Libanês de São Paulo)
A glândula tireoide está situada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão (proeminência da laringe no meio da região anterior do pescoço) e a base do pescoço, onde se localiza a fúrcula esternal. Com a forma de um H ou de um escudo (thyreos, em grego, quer dizer escudo), consiste num istmo central com um lobo do lado esquerdo e outro do lado direito (figura ao lado)

. Fixa à laringe por tecido conjuntivo, a glândula se movimenta com a deglutição.
A tireoide guarda uma relação complexa com outras estruturas anatômicas – veias, artérias, músculos e nervos – e produz os hormônios tireoideanos, responsáveis por diversos controles do organismo, como as batidas cardíacas, os movimentos intestinais, o poder de concentração do cérebro, o tônus da musculatura, a respiração celular.
No passado, a única forma de examinar a tireoide era por meio da palpação. Em geral, o médico se posicionava atrás do paciente e, com as mãos, procurava verificar se existiam alterações na glândula. Se o advento da ultrassonografia representou um avanço inegável no método de examinar a tireoide, pois permite o diagnóstico precoce de problemas graves, trouxe também consigo uma série de questionamentos. Pessoas que fazem ultrassom da tireoide descobrem a existência de dois, três, às vezes quatro nódulos absolutamente assintomáticos, e perguntam o que devem fazer diante desse achado. Muitas são encaminhadas para a cirurgia sem necessidade, porque temem conviver com o problema.
Drauzio – Por que surgem nódulos na tireoide?
Orlando Parise – Os nódulos da tireoide podem ter causas diversas. Podem ocorrer simplesmente por alterações da arquitetura morfológica da glândula, da forma como estoca os hormônios ou do substrato que usa para produzi-los, como podem ser neoplasias, ou seja, tumores malignos e benignos.
Não se sabe exatamente por que eles aparecem. Sabe-se, porém, que algumas condições predispõem ao surgimento dos nódulos. No caso específico do câncer, está provado que radiação na região da tireoide na infância, na base do pescoço, por exemplo, é causa comum da doença. Do mesmo modo, já se constatou que, em lugares como Hiroshima e Nagasaki, no Japão, e Chernobil, na Rússia, onde a exposição ambiental à radiação foi muito grande, a incidência de câncer da tireoide aumentou muito na população.
Entretanto, no que se refere aos nódulos, especificamente, não se conhece nenhuma causa que justifique seu aparecimento.
Drauzio – Obrigatoriamente, os nódulos provocam sintomas?
Orlando Parise – Não. Muitas vezes,

a pessoa percebe que tem um nódulo, quando engole na frente do espelho e nota uma estrutura anormal no pescoço. Aliás, a maioria dos nódulos não é palpável nem visível. Como você bem colocou, vivemos hoje quase uma epidemia de diagnóstico de nódulos na tireoide que assusta muito. Trata-se de um fenômeno mais ligado à sensibilidade dos métodos de diagnóstico que temos hoje e não tínhamos no passado.
Sabe-se que 50% da população adulta têm nódulos na tireoide. Imagine a ansiedade que iríamos gerar se todas as pessoas fizessem ultrassom e descobrissem que metade delas apresenta o problema. Na imagem 3
, temos um exemplo de nódulo visível e palpável, com indicação cirúrgica recomendada.
Drauzio – Os nódulos são mais frequentes nos homens ou nas mulheres?
Orlando Parise – São mais frequentes nas mulheres. Outro dado interessante é que, na infância, apenas 1% dos nódulos é palpável. Já, na idade adulta, esse número varia entre 5% e 7%.
Drauzio – Você disse que a prevalência de nódulos nas crianças é baixa. Com que idade essa prevalência começa a aumentar?
Orlando Parise – Ela é praticamente contínua ao longo dos anos. Nos idosos, a prevalência é maior do que nos adultos jovens, por exemplo. E mais: achados de autópsias rigorosas revelaram que 10% da população apresentavam microcarcinomas, isto é, tumores malignos de 1mm, 2mm, 3mm sem nenhuma repercussão nem manifestação clínica. Eram pessoas de idade avançada que tinham morrido de outras causas que não o câncer da tireoide.
Drauzio – Você poderia definir as palavras punção e tireoidectomia?
Orlando Parise – Tireoidectomia é a remoção terapêutica – parcial ou total – da tireoide e punção, o exame padrão que se realiza para conhecer o tipo de células que constituem o nódulo. A punção pode indicar que se trata de um nódulo maligno e a indicação, nesse caso, é cirúrgica; ou que é francamente benigno e a postura recomendada é observá-lo periodicamente pelo ultrassom. No entanto, muitas vezes, o resultado que deveria dar tranquilidade para o paciente gera muita ansiedade e são tomadas atitudes mais radicais e desnecessárias.
Drauzio – Como é feita a punção?
Orlando Parise – Para fazer a punção, o paciente não precisa de anestesia geral. No máximo, pessoas mais sensíveis recebem anestesia na pele. O exame consiste em introduzir uma agulha no nódulo e aspirar seu conteúdo com seringa especial para analisar sua celularidade.
Esse exame dá informação sobre o conteúdo do nódulo, mas não sobre sua arquitetura. Isso é um problema, porque para distinguir as doenças malignas das benignas é necessário conhecer a arquitetura da glândula e não apenas a celuridade do nódulo, uma vez que ela pode dar indícios, mas não permite fechar o diagnóstico. Por essa razão, muitas vezes, é indicada uma cirurgia para esclarecer as dúvidas geradas pela punção.
Drauzio – Nódulos de consistência firme, que crescem com maior rapidez, são candidatos à punção porque podem ser malignos?
Orlando Parise – Nódulos celulares causam maior preocupação do que os nódulos císticos com líquido em seu interior. O exame de ultrassom permite estabelecer a diferença entre um tipo e outro.
Carlos Francisco Gurgel – Juiz de Fora/MG – Qual a diferença entre nódulos benignos e câncer?
Orlando Parise – Nódulos são um componente anatômico da glândula, uma alteração localizada do tecido, que forma um caroço. O nódulo pode ou não ser um câncer. Este se caracteriza pelo descontrole na proliferação do tecido da tireoide.
Drauzio – O que deve ser feito quando houver grande suspeita de câncer de tireoide?
Orlando Parise – Comparado com os outros tipos de câncer, o de tireoide é indolente e, em pouquíssimos casos, representa ameaça à vida. Até prova ao contrário, seu prognóstico costuma ser tranquilo, especialmente se o problema foi diagnosticado numa pessoa jovem. As mais idosas, porém, requerem cuidados especiais, porque o câncer de tireoide é um pouco mais agressivo biologicamente a partir da quinta ou sexta década de vida. Portanto, aos 50 anos, a punção do nódulo é sempre mais indicada do que na juventude.
Se quiser conferir a entrevista na integra, você pode acessar esse link aqui.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Quarto dia
Acordei bem cedo, a dor de cabeça persistente, mas lembrei das vitaminas e analgésicos que comprei ontem à noite. Tomei novamente.
Algumas horas de sono e acordei me sentindo bem melhor.
Conseguia mais programar coisas boas do que pensar no diagnóstico e são tantas coisas para celebrar que não deu muito tempo de remoer nenhuma dor. Hoje é dia de festa! Que bom estar feliz! Que bom poder agradecer! Sou uma privilegiada por tantas coisas!!!
Te quero, Alegria!
Te quero, Saúde!
Te quero, Vida!
Foi hoje que decidi fazer o blog e compartilhar o pensamento positivo, o otimismo e as possibilidades que surgem todas as manhãs!
Algumas horas de sono e acordei me sentindo bem melhor.
Conseguia mais programar coisas boas do que pensar no diagnóstico e são tantas coisas para celebrar que não deu muito tempo de remoer nenhuma dor. Hoje é dia de festa! Que bom estar feliz! Que bom poder agradecer! Sou uma privilegiada por tantas coisas!!!
Te quero, Alegria!
Te quero, Saúde!
Te quero, Vida!
Foi hoje que decidi fazer o blog e compartilhar o pensamento positivo, o otimismo e as possibilidades que surgem todas as manhãs!
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Segundo dia
Acordei antes das 5h
Vesti meu sorriso amarelo, minha meia amarela, minha camisa amarela e fui ali ensolarada!
Saí de casa em jejum, antes das 6h, queria ser a primeira a fazer o exame de sangue, tanto que cheguei 30 minutos antes do horário e pacientemente aguardei.
Nessa espera observei que no silêncio do dia que se inicia, ainda é possível ouvir os pássaros, sentir uma brisa leve que toca a pele antes da fumaça dos carros, ver o carinho das pessoas que se cumprimentam com um sonoro Bom Dia!
Sorri!
Chegou o horário e a porta estava aberta, eu entrei e retirei a senha número 01 do dia, me sentei e aguardei ser chamada.
Na primeira "entrevista" do dia me dei conta que não me lembrava o que havia comido ontem nem qual o horário da ultima refeição. Foi um exercício lembrar daquele delicioso suco de umbu com torradas crocantes e fresquinhas perfumadas com orégano, mas acho que agora ficaram inesquecíveis.
Fui tirar o sangue e me lembrei que poucos dias atrás eu me emocionei de ter saúde suficiente para doar sangue!
Hoje eu tenho saúde suficiente para sorrir e mais uma vez ser grata pelo dia ao qual disponho para caminhar na praia, ser feliz, desejar, trabalhar, compartilhar...
A técnica de enfermagem me perguntou se estava tudo bem. Eu respondi que estaria melhor se não houvesse que estar ali aquela hora, mas que eu estava bem sim e que ainda iria ficar bem melhor! Saí da sala com as primeiras lágrimas do dia. Agradeci o cuidado e segui minha caminhada.
Parei na feira da horta, comprei folhas frescas para o almoço e voltei pra casa.
Em casa preparei um suco e um sanduíche com uma das folhas fresquinhas enquanto conversava com minha cunhada, que carinhosamente falava sobre seu sono, sorrimos e fomos saindo juntas quando olhei o horário que já estava mais de 7h. Quase desisti de sair, mas doces foram as palavras que ela disse me incentivando a fazer uma caminhadinha, sem pretensão.
Cheguei na praia a tempo de garantir braços e rostos alegres de me ver, o sol, o circuito, o registro, uma boa conversa e uma carona. Não poderia ser melhor.
Parei no caminho, diante da barraquinha de frutas e escolhi uma de cada: melancia, pinha, mamão, abacaxi e uma água de coco, lembrei que tinha manga em casa. Quando cheguei, enquanto tirava a casca e me deliciava com aqueles sabores me enchia de gratidão por poder viver aquela manhã tão doce.
Separei frutas e iogurte e fui pro trabalho. A tarde demorou a passar, mas foi bastante frutuosa. Na saída a companhia da colega me estimulou a caminhar alguns metros a mais sem receio e nos despedimos com um abraço.
Cheguei em casa bem cansada, dormi no sofá.
Primeiro dia
Saí de casa antes das 6h.
Cheguei para a consulta e aguardei alguns minutos a médica chegar, nada mais que 5 minutos. Nesse tempo fui para a pré consulta e tudo está normal, peso, altura, pressão e o sorriso da técnica de enfermagem!!
Chamam meu nome e lá vou eu para o consultório 05.
Chegando na porta, meio sem saber se seguro a agenda, a bolsa ou a maçaneta, desajeitadamente abro a porta. A pessoa que me aguarda de costas pede pra eu me sentar e faz uma série de perguntas de praxe. E eu respondendo com leveza e com um sorriso que eu tentava, para esconder a insegurança que estava naquele envelope.
Depois das perguntas e ficha preenchida, ela me pergunta o que me levou a procurá-la e mais uma vez respondi:
- Estou fazendo uma série de exames para ver se está tudo bem e um deles apontou alguns nódulos e eu pedi para puncionar, apesar de não haver indicação em casos de nódulos tão pequenos...
Eu não sabia mais o que pensar quando vi seu olhar atendo ao resultado do exame.
Ela me perguntou se eu havia aberto antes, eu respondi que não - Meu esposo pediu que não abrisse para não ficar imaginando coisas.
Foi bom que isso aconteceu!
Nunca vou esquecer a doçura e força de suas palavras:
Está tudo bem, vou encaminhar você para alguns exames e um cirurgião que já acompanhou alguns de meus pacientes e está tudo bem.
Alguns exames de sangue, uma ultrassom da região e vamos marcar a cirurgia... seu diagnóstico me surpreendeu!
Lá estava o diagnóstico: "Suspeito de Carcinoma Papilífero"
Sair daquela cadeira não foi tão leve... uma profusão de sentimentos, misturados ao calor e acompanhados de uma listinha infinita de "coisas para fazer antes de..."
Nem me lembro como atravessei a rua para pegar o ônibus, porque as lágrimas "do desconhecido" já estavam ali, molhando meu rosto meio pálido. enxuguei as lágrimas e peguei o primeiro ônibus que passou. Dei bom dia ao cobrador que com um sorriso solar no rosto me respondeu:
"Bom Dia!! De estarmos vivos já temos mesmo que agradecer a Deus, não é?" E eu disse: "é isso aí!!"
Eu só poderia concordar! Estou viva!
Sentei na primeira cadeira vazia que encontrei e busquei ali todos os sentimentos de gratidão possíveis em minha memória e coração. E encontrei muitos!
Ainda assim, eu não conseguia saber como iria chegar em casa e conversar com meu companheiro sobre isso! Então fiz muitas coisas entes de chegar!
Quando abri a porta, estava ele se arrumando para sair, fazer um favor, se doar em seu tempo e dom para transbordar seu amor do jeito mais sublime que ele sabe fazer! Nos abraçamos, choramos e dissemos mais uma vez do nosso amor um pelo outro!
Ele viajou! E eu fui trabalhar.
No trabalho, assim que subi as escadas e entrei na sala da coordenação para desejar uma boa tarde - um desejo que gritava de mim - que aquela fosse uma boa tarde!!!
Uma das estagiárias convidou a uma oração, todo o meu corpo desejava agradecer, não poderia vir aquele convite, em melhor momento! Ao mesmo tempo que eu desejava entender o que tudo aquilo queria mostrar, eu já agradecia pelo diagnostico precoce, pelas possibilidades de tratamento, pelo apoio que recebi em todo o dia, de forma inusitada, afetiva e calma.
E sutilmente a tarde passou. E a noite ainda havia uma reunião importante, que a proposito trouxe muitos bons frutos e ocupou mais uma parte deste longo dia.
Eu não me sentia pronta para falar sobre tudo isso. Fui pra casa em silêncio e reserva deste assunto.
Cheguei depois das 21h.
Falamos sobre outras coisas.
Assinar:
Comentários (Atom)